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Como prevenir a dependência química desde a infância?

Sabe-se que a dependência química é uma doença. As dependências de álcool, medicamentos, jogos, eletrônicos e sexo também são consideradas doenças e chamam-se Adicção.

A adicção é uma doença de base sintomatológica comportamental. Estudos apontam que a mesma pode ser desenvolvida por conta de comportamentos compulsivos, obsessivos e quadro crônico de ansiedade. Há também pesquisas que afirmam que a adicção tem componente hereditário e que o histórico familiar pode ser preponderante no desenvolvimento da doença.

Muitas vezes, ao conhecer a vida de um jovem ou adulto adicto, percebemos que alguns sintomas da doença se manifestaram ainda na infância e isso nos faz pensar que a doença poderia ter sido evitada, se aquele comportamento tivesse sido melhor direcionado. Dentre os muitos comportamentos que poderiam ser listados como ‘de risco’ para a adicção, um deles vemos como especialmente curioso: a intolerância à frustração.

O psicanalista Sigmund Freud falava sobre a “Sua Majestada, O Bebê” – nosso ego infantil, que desde o ventre de nossa mãe teve todas as suas necessidades satisfeitas: lhe deram segurança, calor, atenção, alimentação, conforto, afeto… pais, tios, avós, irmãos e babás atenderam a cada uma de suas necessidades durante um certo período, uma vez que não tinha condições de manter a si próprio.

O psicanalista Sigmund Freud falava sobre a “Sua Majestada, O Bebê” – nosso ego infantil, que desde o ventre de nossa mãe teve todas as suas necessidades satisfeitas .

No entanto, com o passar dos anos, o processo de maturação deveria acontecer e isso resultaria, naturalmente, num abandono dessa mentalidade. Mas, alguns de nós, não conquistou este amadurecimento e conservou a figura deste “eu infantil”, imaturo. Para estes indivíduos, a felicidade significa satisfação de TODAS as suas necessidades, desejando permanecer como o “rei bebê”.

Como resultado desta imaturidade emocional, constrói-se um indivíduo que ora é incapaz de reconhecer o valor próprio, que pensa de forma pessimista e que anda cabisbaixo assombrado com os desafios da vida, e ora é egocêntrico, exigente, capaz de manipular as pessoas ao seu redor para ter suas necessidades atendidas. Nem toda personalidade assim será de natureza adictiva, mas, em geral, o adicto tem essa personalidade!

Entendemos que como pais, avós, pscioterapeutas e professores, temos a oportunidade de ajudar a criança em seu processo de desenvolvimento e, assim, conduzi-la a um padrão comportamental que lhe seja natural, porém sadio e realizador. Ajudar a criança a ouvir e processar, de maneira natural, o ‘não’ e fazê-la sentir-se amada nos episódios de erro e frustração, são um bom começo para a construção deste indivíduo maduro emocionalmente. É sempre bom reforçar que o limite é estruturante.

Autor – Inácio Diógenes Parente
Psicólogo, Mestrado em Dependência Química e Diretor Administrativo do Hospital IVV Instituto Volta Vida

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